Num Hospital Veterinário em Lisboa entram dois senhores que se dirigem à senhora por trás do balcão da recepção.
Senhor que acompanhava o cão ferido: - Bom dia, minha senhora. Trago ali um cão que foi atropelado. Foi atropelado por um táxi. Está aqui o senhor do táxi comigo. Lembrei-me de vir aqui..
Senhora que trabalha na recepção do Hospital e que só está bem disposta às sextas, feriados e dias em que sai mais cedo: - Então e o cão tem dono?
Senhor que acompanhava o cão ferido: - Não.. Acho que não. Ele estava na rua e foi atropelado. Lembrei-me de o trazer aqui. Vocês cuidam dele?
Senhora que trabalha na recepção do Hospital e que só está bem disposta às sextas, feriados e dias em que sai mais cedo: - Não, isso o melhor é levá-lo ali para o outro lado, ali em Monsanto.. Eles têm lá um veterinário e mais coisas..
Senhor do táxi: - O Canil? O de Monsanto? Sim, eu sei onde é.. Sim, vamos lá então. Venha lá.
Passado pouquíssimo tempo, diz uma voz que julgo ter sido a do senhor do táxi: - Olhe minha senhora, é indecente que vocês recusem um animal que foi atropelado! Vocês não podem recusar-se a receber animais! Um animal atropelado, minha senhora! É in-de-cen-te!
Senhora que trabalha na recepção do Hospital e que só está bem disposta às sextas, feriados e dias em que sai mais cedo: - Posso, posso.
A mesma voz que julgo ter sido a do senhor do táxi: - Não, não podem, minha senhora. Mas deixe estar que isto ficará tratado. Eu hei-de resolver isto.
Se forem a votos, eu, pela primeira vez na minha vida, defendo um taxista. Sem dúvidas.
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