Há quem passe a vida a procurar a normalidade, por indefinível que ela seja, para, curiosamente, fugir dela assim que se a alcança. Há quem se queixe pela anormalidade dos acontecimentos da sua vida com a mesma facilidade e regularidade com que se queixam da sua normalidade entediante. Falam dos “doidos” que os rodeiam, apontam o dedo aos “pãezinhos sem sal” em redor.
A verdade é que as pessoas e situações mais interessantes e entusiasmantes dificilmente são “normais”. E conhecê-las e vivê-las implica sempre uma boa dose de encaixe para o anormal.
A segunda parte da verdade é que a definição de “normalidade” é tão dúbia quanto desnecessária. O gozo está no caminho que se percorre para chegar onde queremos ir. O truque é não terminar a corrida, avançando e refinando sempre um pouco mais o objectivo final, para que haja sempre mais e melhor a conquistar.
A IMAGEM: Jori Bolton, 2024
Há 18 horas
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