terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Em jeito de "fleshi becki"

Vesti pela primeira vez na vida um vestido na entrada do novo ano. Aprendi, mais uma vez e a grande custo, a deixar alguém querido partir. Continuo a ser teimosa e moderadamente obsessiva-compulsiva. Continuo a encalhar com muita coisa parva e a amar material de escritório. Descobri que não há limites para a quantidade de m&m’s que o ser humano consegue comer. Descambei por dentro quando tudo estava impecável por fora. Deixei de ver tanta televisão, mas continuo a adorar ver telejornais. Agi sem pensar (muito) naquela que se tornou a decisão mais importante da minha vida. Continuo a não gostar de cerveja nem de champagne. Estudei francês depois de anos de distância. Comprei um fato saia-casaco, comprei sapatos de salto alto, aprendi a maquilhar-me, deixei crescer as unhas, e mesmo assim não virei dondoca. Continuo a confirmar a Lei de Murphy quando menos preciso dela. Juntei mais um gato aos manos. Descobri o verdadeiro prazer da espontaneidade de decisões. Continuo a ter jantares a dois acompanhados de bom vinho e muita boa conversa. Tornei-me madrinha de duas pessoas que adoro. Continuo a não saber lidar com situações que não consigo resolver. Vi a Madonna a alguns metros de distância. Continuo a odiar lavar loiça. Continuo a não ter máquina de loiça. Saí da carapaça quando foi preciso e dei de mim. Continuo a ser ansiosa e nervosa. Continuo a gostar de músicas lamechas. Conheci pessoas (muitas) que adoro e algumas (poucas) que não suporto. Continuo a ser paciente e persistente q.b.. Acordei cedo durante semanas a fio com um sorriso nos lábios. Continuo a não saber separar o “perdoar” do “esquecer” ou vice-versa. Chorei de tristeza para fora e de alegria para dentro. Chorei a rir no circo. Continuo a adorar ter dinheiro porque adoro ainda mais gastá-lo. Aprendi a ser exigente comigo mesma até ao (meu) meio termo. Assinei o meu primeiro contrato de trabalho. Continuo a escrever os meus diários, a guardar todos os bilhetes de cinema e afins, bem como todas as coisas inúteis que me são tesouros incalculáveis de pessoas, de momentos, de lembranças. Descobri dezenas de novas bandas e centenas de músicas que agora oiço repetida e (quase quase) doentiamente. Descobri o melhor puré do mundo mesmo perto de casa. Vi muito menos filmes do que queria ter visto. Li muito menos livros do que queria ter lido. Continuo a ser uma nódoa na arte de gritar alto e bom som. Estreei-me na arte de ficar (moderadamente) feliz e satisfeita com os meus próprios méritos. Continuo a querer sempre mais. Reconfirmei que nunca estarei à altura das minhas exigências e expectativas. Virei a minha vida do avesso e agora faço tudo o que sempre achei que nunca quereria. Continuo a adorar não ser como os outros para o bom e para o mau. Redescobri a magia do Natal. Senti-me feliz e sortuda como nunca antes. Continuo a adorar a espontaneidade da vida.