Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira, trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és sou e somos…
E por amor
Serei… Serás… Seremos…
Pablo Neruda . Talvez
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
15 agosto 2008
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