domingo, 1 de junho de 2008

Ai Portugal Portugal..

Entrámos em “modo-euro”. Também temos o “modo-mundial”. No fundo, o que interessa é o “modo-futebol”. Na prática temos uma nação parada em frente a televisões a discutir quem chuta ou defende melhor, temos as capas de jornais impressas a verde e temos telejornais com (so-called) notícias de futebol durante os seus primeiros 30 a 40 minutos.
Esta é a melhor altura para manobras políticas impopulares, para gaffes ou erros crassos. É a melhor altura para subirem a criminalidade, o défice, as taxas de juro. A melhor altura para o descalabro nas escolas, no sistema nacional de saúde ou na justiça. A melhor altura para os Apitos Dourados, as Casas Pias, os Sacos Azuis. Porquê? Ninguém repara!
Haja jogos, haja golos, de preferência nossos. Se Portugal perder fala-se da derrota, se ganhar gaba-se a vitória, se empatar brotam os treinadores e treinadoras de bancada a mandar bitaites. Nos entretantos cresce o mercado “made in China” com as camisolas, as canecas, os cachecóis, as bandeiras. Todos os produtos oferecem brindes a verde e vermelho, a cerveja e a gasolina oferecem bilhetes para os jogos. A televisão ora passa jogos (antigos ou recentes), ora passa programas especiais sobre a vida de luxo dos jogadores da nossa selecção.
De facto, visto por este prisma, tudo vai bem. E o Euro ainda nem sequer começou!