sábado, 5 de janeiro de 2008

velhote

Vou sempre lembrar-me de "bejogas" e de "almirante".. Vou sempre lembrar-me das infindáveis histórias das tuas viagens pelo mundo.. Vou sempre lembrar-me do "de maneiras que.." com que as ias contando.. Vou sempre lembrar-me dos argumentos parvos que tinhas sempre para beber mais um copo de vinho.. Vou sempre lembrar-me da perícia com que meticulosamente dobravas os sacos plásticos que trazias invariavelmente em excesso.. vou sempre lembrar-me de te ver a conferir a soma da factura das compras.. vou sempre lembrar-me da cara cómica, de língua de fora, que fazias quando escrevias.. vou sempre lembrar-me de ti com fato e gravata (sempre verde, do sporting, e muitas vezes com nódoas) e com os meus já velhinhos airwalk calçados.. vou sempre lembrar-me da cor dos teus olhos e do teu sorriso..

vai.. mas não vás para longe.. *

2 inputs:

Anónimo disse...

As lágrimas toldam-me os olhos. Primeiro foi o desassossego de reconhecer a sensação, afirmações sentidas, juramento solene que em silêncio fazemos ao nosso coração, à nossa alma, depois... foi o turbilhão confuso, misturado, enrolado em novelo...de tanta coisa acumulada, e a explosão perante o "vai... mas não vás para longe.".
Que bom é ter memória, e memórias... que seria de nós sem ela(s)!
Beijo fraterno e solitário, de quem também já perdeu

Maria José Bravo

Anónimo disse...

...