sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Haja mais gente assim

A propósito de um assunto mais abrangente, escreve Isabel Stilwell na revista notícias magazine:

Porque raio não começam as aulas às dez e meia da manhã, hora muitíssimo mais civilizada, e que permitia riscar da nossa vida aquelas madrugadas penosas, capazes de envenenar um dia inteiro? Assim podiam acabar pelas seis ou sete da tarde, tornando desnecessários prolongamentos cansativos e caros, destinados apenas a “fazer horas” até os podermos ir buscar.
Aliás, ficávamos todos os ganhar: os pais e os filhos, porque se levantavam com calma, e sem os “despacha-te” a pontuarem todas as frases. Os engarrafamentos, porque quem tivesse descendentes até aos 12 anos teria uma licença especial para entrar ao serviço apenas pelas 11h, criando-se assim uma décalage de horários que os gestores de trânsito nas entradas das cidades agradeciam – e poderia mesmo constituir uma das tais medidas-incentivo que os governantes tanto procuram para aumentar a taxa de natalidade.
Tinha vantagens de manhã, e voltava a tê-las ao fim do dia. Isto porque, quando chegavam finalmente a casa, pais e filhos não tinham de voltar ao “mexe-te”, na ânsia de os meter na cama mais cedo, porque o despertador está, de novo, quase a tocar. Sabendo-se, como se sabe, que pelo menos o pai só está em casa por volta das oito ou nove da noite, este horário escolar promovia o jantar em família, e a oportunidade de um pouco de paz para pôr a conversa em dia, ou mesmo para uma sessão conjunta de televisão, permitindo um alienar colectivo de neurónios que, digam o que disserem os intelectuais, faz bem.

1 inputs:

Psipsina disse...

Plenamente de acordo.