Na viagem de 300kms, ao fim dos primeiros 50 ainda se vem como uma pessoa nova. Novos planos, novas directrizes, uma mudança na vida. Aos 100km já nos queixamos porque afinal o bronze deste ano também não vai aguentar e já estamos a pelar. Aos 200 já se pensa no melhor caminho a escolher à chegada de modo a evitar o trânsito do costume. Aos 250 já se pensa no que há para fazer ao chegar a casa, no que preparar para o dia seguinte. Aos 300 já se ultrapassa pela direita porque a faixa da esquerda está cheia de otários como nós que não saem da frente. À porta de casa pisa-se o cocó do lulu da vizinha que se esquece sempre de levar o saco para limpar o que a amostra de cão faz à porta do prédio. Chega-se a casa e a primeira coisa que se vê é a carta das finanças (para pagar, claro!). Desfaz-se a mala, prepara-se a máquina para ficar a lavar durante a noite (porque é mais barato, mais ambiental e porque precisamos da roupa para a vestir) e arruma-se a roupa que vinha lavada (que só foi ocupar espaço e amarrotar-se) no sítio do costume. Rega-se as plantas que entretanto secaram (se é que não morreram) e vai-se para o sofá comer enquanto se vê a novela do costume. Amanhã é um novo dia, igual a tantos outros novos dias.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
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1 inputs:
Que imagem tão deprimente...
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