quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

O estado das coisas #1 e 1/2

RESULTADOS
Atribua a cada a) um ponto; cada b) dois pontos; cada c) três pontos. Some e descubra o seu quociente de generosidade ou altruísmo.

Menos de 20 pontos
Vai no mau caminho. É claro que os outros até o podem achar uma pessoa muito auto-suficiente, capaz de gerir com disciplina e frieza os seus sentimentos, mas provavelmente fogem de si a sete pés. Porque quem não dá, também não recebe, não por maldade de uma força divina e vingativa, mas porque quando não estamos atentos às necessidades dos outros criamos em nosso redor uma muralha que também não lhes permite chegarem-se a nós. Se a sua filosofia é a de que basicamente o mundo é de quem se souber safar, e que o que é preciso é descobrir a tempo quem nos quer “fazer a cama”, vai provavelmente conduzir a vida de forma a dar razão a si mesmo. Tente um bocadinho de autocrítica, confie mais nos outros (mesmo que tenha tido desilusões fortes) e pratique umas boas acções de escuteiro-mirim, que vai ver que a generosidade tem o efeito de um bom vinho – embebeda de felicidade.

Entre 20 e 35 pontos
Já foi mais generoso, mas o stress e as exigências do dia-a-dia levaram-no provavelmente a perceber que se não moderar os seus impulsos altruístas, acaba exausto e sem reservas para enfrentar os obstáculos incontornáveis. A questão, dizem os especialistas, não é pôr-se à defesa, o que o pode levar à amargura e à solidão, mas em saber criar a distância certa entre si e os problemas, sem desistir de os resolver. Por isso, em lugar de mergulhar em culpabilidades que não levam a nada, assuma que se é verdade que não vai acabar com a fome e a guerra no mundo, pode e deve dar o seu contributo. Até por razões egoístas, porque se sabe que a generosidade liberta dentro de nós substâncias que nos tornam mais felizes. Por isso, escolha uma causa e dedique-se a ela. Não tenha remorsos por ter aquilo que tem, nomeadamente casa, emprego, filhos e/ou felicidade, mas esforce-se por dividir essas coisas todas com os outros. Se quem o rodeia já sabe que pode contar consigo, ficará ainda mais certo de que estará sempre por perto, pronto a dar uma mãozinha. Com inteligência, conta, peso e medida.

Mais de 35 pontos
É o cúmulo da generosidade. E mercê um prémio! Mas atenção, a generosidade que faz bem aos outros tem que resultar do que temos de bom. Ou, por outras palavras, se der o que tem e não tem vai instalar-se dentro de si um vazio imenso, que um dia pode tornar impossível dar mais. Pense bem no que o motiva. Não somos defensores de psicologias baratas, que reduzem o gosto que temos por ser agentes da felicidade, a uma forma de compensarmos algum trauma de infância, mas a verdade é que fomos educados a pensar que nos competia sempre pensar nos outros, antes de nós mesmos. E, simultaneamente, também a acreditar que a amizade e o amor dos outros por nós, depende do que formos capazes de fazer por eles. Ora, a ordem dos factores não é esta. Precisamos mesmo de gostar de nós mesmos antes de mais nada, e ser generoso não é sinónimo de ser parvo. Acredite que não ajuda ninguém quando permite que abusem da sua boa fé ou do seu empenhamento. Geralmente é muito mais educativo colocar limites, traçar uma linha de direitos próprios que não pode ser cruzada, dando a quem tem pela frente a oportunidade de conquistar aquilo que procura, em lugar de lhe dar de comer mesmo antes de ele ter fome! Quer um truque: sempre que se sentir a ceder perante a chantagem emocional de alguém, pense que de cada vez que desperdiça a sua bondade em quem não a merece tem menos para dar a quem a merece mesmo.

2 inputs:

Anónimo disse...

não adorasse eu falar de mim já fiz o teste... :P 25 pontos... mas aposto que já fui uma panhonhas com alguns 36 :P (há esperança!)

Mary Mary disse...

31 pontos... Responder na mesma moeda nem sempre é bom... :P