domingo, 13 de novembro de 2005

Rejoicing

Ontem fui ver este senhor: Devendra Banhart. E que senhor!

Comecemos por partes então.. A primeira foi assim o concerto mais freakshow da minha vida! Três personages (cada um mais freakshow que o outro!) intitulados Caveira (sim, Caveira!), duas guitarras e uma bateria (sim, só! E não, não havia voz). Ninguém falou (qual boa noite, qual obrigado!), o suposto líder da banda passou 99% do tempo de costas para o público, enquanto arranhava (sim, arranhava!) a sua guitarra. Nisto a segunda guitarrista (tirada directamente de Twin Peaks, só pode!) ia mandando umas notas soltas repetidamente, enquanto o baterista tentava destruir a bateria com as baguetes (aposto que era um jogo entre eles para ver quem partia primeiro o seu instrumento!).
Digamos que grande parte da plateia, subtilmente (ou não!), se levantou e foi esperar lá fora que acabasse aquele espectáculo (porque ainda não achei uma palavra precisa para o descrever).
Eu infelizmente tive de aguentar as 3 ou 4 longas (mesmo longas.. cerca de 7 ou 8 minutos cada!) músicas, que de música não tinham mesmo nada, para não perder o lugar (afinal estava ali para ver o Devendra!).
Pela primeira vez na vida posso seguramente dizer que, para tocar aquilo, literalmente!, até eu tocava (possivelmente até melhor porque ainda sei assim umas quantas musiquinhas daquelas que a malta gosta de acompanhar a cantar e tal..)!
Freakshow mesmo.. mas enfim.. Pelos vistos é uma banda muito adorada pelo Devendra.. Vá-se lá saber como (eu diria que há ali interesses para lá dos musicais.. mas isso sou só eu e o meu olho clínico!)!!

Chegado finalmente o artista da noite.. foi maravilhoso! A sua voz é algo de magnífico, as melodias encantam, a presença em palco uma simpatia. Apresentou-se com a sua banda, quatro rapazes tirados directamente dos anos 70 (nas roupas, na postura, na maneira de dançar), e juntos brilharam. Ele tocou Caetano Veloso, tocou Oasis, chamou um perfeito desconhecido do público para tocar uma música sua (dele, do desconhecido), ele dançou, ele brincou, ele falou português, ele falou espanhol.. Magnífico mesmo!