terça-feira, 31 de maio de 2005

Feliz por o desconhecer

Não vi, mas contaram-me. O Nicolau Brayner deu uma entrevista a um qualquer canal de televisão em que se queixou do tempo em que, em novo, perdeu a “cultivar” pessoas que não interessavam para coisa nenhuma. E depois disse esta fantástica: que gostava de ter ido ter com “certas e determinadas” pessoas, e com um forte bacalhau dizer-lhes “feliz por o desconhecer”. E aquela maralha toda passava novamente a ilustres desconhecidos. Decididamente é de génio, porque é mesmo verdade, quando damos por isso a nossa energia mais vital foi chupada pelas palhinhas de umas criaturas que não interessam nem ao Menino Jesus. Não é por mal, mas como só temos dois braços e não somos polvos, nem omnipresentes, nem omnipotentes, temos de aceitar que não vamos mesmo poder ser amigos de toda a gente nem temos essa obrigação. Por isso reduza a sua lista das obrigações, das datas de anos que tem de recordar, por exemplo, e dedique-se aos poucos e bons que resistiram à triagem.


in Notícias Magazine #677 de 15.Mai.2005