quinta-feira, 24 de março de 2005

selling lies sitting at a table

A vida devia ser como nos filmes.. Porque será que aí nunca se vê o dia seguinte ao do grande reencontro daquele casal que tem tudo para dar certo desde o primeiro momento em que trocaram um cúmplice e inocente olhar? Temos um enredo fabuloso de (re)conquista, a luta pelo amor, contra tudo e contra todos. Do mais romântico ao mais pragmático. Do mais patético ao mais poético. Mas nunca vemos a rotina quotidiana do depois.. o aniversário da sogra com as suas dez ou quinze convidadas especiais da paróquia local; o lavar a casa de banho ao fim-de-semana, depois de ter sido extremamente necessário dar banho ao cão no polibain de 70x70cm; o aspirar debaixo do sofá, dos tapetes, dos móveis e de tudo aquilo que ficava giríssimo na sala quando compraram, mas que nestes dias bem podia ser substituído por uma estante ranhosa (mas leve!) da Moviflor; o mau hálito matinal de quem passou uma noite nos gins tónicos e cigarros e adormeceu sem sequer ter força para levantar a escova de dentes (ou mesmo para achar a casa de banho); os 3 dias de diarreia crónica depois de uma intoxicação alimentar naquele restaurante italiano-indiano que a melhor amiga achava o máximo; and so on..

Os filmes deviam ser como a vida. Assim ao menos não alimentávamos falsas esperanças. Ou não.. ou não..

2 inputs:

mr pavement disse...

a primeira visita ainda é como nos filmes.

parabéns.

os melhores cumprimentos.

mr pavement disse...

[quase pertinente]

óptimo nickname. há algo de elliott smith por aqui.

cumprimentos.